A dançarina Lore Improta afirma que teve problemas ao dar início a sua carreira para o público infantil. Em entrevista à Quem no Instagram, a baiana contou que precisou se adaptar ao novo desafio após ver a adesão das crianças em seus shows.
“Minha dança não tem nada a ver com vulgaridade, mas as letras me incomodavam. Meu empresário disse que eu precisava cantar, por conta do público infantil que ia aos shows. Trabalho com crianças desde os meus 9 anos, quando eu mesma era criança. Minha conexão com elas é inexplicável”
A artista afirma que demorou a entender que não dava para usar o mesmo conteúdo dos adultos para as crianças e ainda sofria com o preconceito dos pais e responsáveis.
“Os pais tinham preconceito por eu ser dançarina. Antigamente tinha muito preconceito com o fato da mulher dançar. Eu fiz uma coreografia para crianças com comandos como ‘senta’, que era para a criança sentar mesmo, se movimentar, e tive que me posicionar sobre isso. A interpretação está na cabeça de cada um. Hoje, a dança tem outro posicionmento”.
Lore conta que o apoio dos pais foi essencial para que ela continuasse a investir na carreira voltada ao público infantil.
“Na época, eu não entendia que poderia ser as duas coisas, trabalhar com o público adulto e o infantil. Foi o período mais difícil. Tive uma crise de identidade muito forte. Se não fosse pelos meus pais, eu teria desistido de algo. Eu não conseguia me posicionar, iria ficar quieta. Graças a Deus, segui o caminho certo. Agora, entendi que consigo ser Lore Improta e não preciso excluir nenhum público. Entendo que não posso dançar proibidão porque, se alguma criança colocar meu nome no YouTube, vai ver esse tipo de conteúdo”.