Negociadores russos e ucranianos voltam a se encontrar nesta quinta-feira (3) na segunda rodada de negociações visando um cessar-fogo. Nos campos de batalha, autoridades locais admitem o controle da Rússia na cidade portuária de Kherson, e as tropas comandadas pelo presidente Vladimir Putin avançam no cerco a Mariupol, no leste da Ucrânia.
Na primeira rodada de negociação, Kiev exigiu um cessar-fogo bilateral, assim como a retirada das forças invasoras de seu território. Já Moscou cobra o reconhecimento da Crimeia como território russo, assim como a “desmilitarização e ‘desnazificação’ do Estado ucraniano. O encontro desta quinta deve acontecer em Belarus, país aliado da Rússia, em uma região perto da Polônia, que tem recebido praticamente a metade dos refugiados ucranianos.
Após uma semana, sete mil soldados ucranianos perderam a vida. Já as tropas russas tiveram 498 baixas. “Os ocupantes estão em todas as partes da cidade e são muito perigosos”, declarou no Telegram o chefe da administração regional de Kherson (foto), Guennady Lakhuta. O prefeito de Kherson, Igor Kolykhayev, afirmou ter conversado com as tropas invasoras e que impôs um toque de recolher noturno, assim como restrições ao uso de automóveis.
Em Mariupol, o prefeito Vadim Boichenko afirmou que a cidade está “sem energia elétrica, sem água, sem calefação”. Se esta cidade cair, a Rússia poderia garantir uma continuidade territorial entre as forças procedentes da península da Crimeia e as unidades dos territórios separatistas pró-Moscou da região de Donbass (sudeste).
No plano internacional, além das sanções econômicas, os russos sofreram um revés nas Nações Unidas. A Assembleia Geral da ONU aprovou, por 141 votos contra a cinco, uma resolução que condena os ataques a Ucrânia. O Brasil votou favoravelmente à condenação. O Tribunal Penal Internacional abriu uma investigação sobre crimes de guerra que podem ter acontece nos conflitos na Ucrânia. Fontes: AFP/R7