Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revela nesta quarta-feira (13) que não há plano de contingência para realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) caso a pandemia do novo coronavírus se prolongue até novembro.
A informação foi confirmada à publicação por Camilo Mussi, presidente substituto do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pela produção da prova. As inscrições para a prova começaram nesta segunda (11)
De acordo com Mussi, o MEC (Ministério da Educação) e o Inep têm dialogado com o Ministério da Saúde para que decisões sejam tomadas. O presidente do instituto afirma que não há qualquer possibilidade de o Enem 2020 ser cancelado e que o adiamento seria prejudicial para o acesso de estudantes à universidade, mas confirma que em até um mês haverá nova reunião com o ministério para reavaliar a situação.
Sob condição de anonimato, um funcionário da área técnica do Inep disse à Folha que é praxe do instituto criar planos de contingência para eventuais crises, mas que, desta vez, não houve um planejamento específico relacionado à pandemia do novo coronavírus.
Segundo este funcionário, já há atrasos na preparação do órgão para o exame. O edital para contratação da gráfica foi suspenso em abril após uma série de questionamentos realizados por uma gráfica interessada em concorrer. Para ele, se até junho o contrato com a gráfica não estiver sido assinado o risco do Enem atrasar aumenta. Isso porque um dos serviços prestados pela gráfica é a diagramação da prova em um local seguro e isolado —serviço que precisa ser realizado presencialmente.
O funcionário afirma que as equipes responsáveis pela prova estão enfrentando diversos problemas operacionais e que se não conseguirem superá-los pode não haver Enem em 2020.