Quarta, 08 de Maio de 2024
Política Política

Rui Costa é escalado por Lula como elo do governo com Lira e ganha força após crises

Além disso, o pacote de medidas também esquentou novamente a disputa que existe entre Rui e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

14/02/2024 11h21
Por: Redação
Rui Costa é escalado por Lula como elo do governo com Lira e ganha força após crises

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, ganhou força após ser escolhido pelo presidente Lula (PT) como o novo elo do governo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas alguns reveses fizeram sua fama de "gerentão do governo" sofrer abalos neste início de 2024.
 

O gesto de Lula em indicá-lo como interlocutor de Lira ocorre em meio à elevação das críticas nos bastidores ao ministro que tem a atribuição de coordenar o trabalho de todas as pastas da Esplanada.
 

Três episódios contribuíram para o fogo amigo. A crise desencadeada pela operação da Polícia Federal contra a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que está sob sua guarda, a dificuldade do governo para retirar invasores da Terra Indígena Yanomami e o anúncio do plano de alavancagem da indústria do país.
 

Embora a ação policial na agência de inteligência tenha mirado aliados do ex-presidente, investigadores dizem que a atual gestão do órgão tentou atrapalhar as apurações.
 

A operação levou Lula a demitir o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e deixou o presidente irritado pelo fato de o órgão ter como número 2 um homem que já chegou a ter cargo equivalente na Secretaria de Segurança do Distrito Federal na gestão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.
 

A demora na exoneração de Moretti é atribuída a ponderações do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, em favor da permanência de seu braço-direito, em uma articulação apoiada por Rui.
 

A dificuldade do governo em resolver a situação na Terra Indígena Yanomami também arranhou a imagem do governo, já que Lula assumiu o tema como uma questão central de sua gestão e fez duras críticas à situação daquela população indígena, que sofria com a desnutrição, a malária, a invasão de garimpeiros, entre outros problemas.
 

O mandatário abraçou a causa e ampliou a atenção da sociedade para o caso. Essa movimentação reforçou os ataques contra Bolsonaro, acusado nas redes sociais de promover um genocídio do povo indígena.
 

Na ocasião, foi montada uma força-tarefa no Executivo para resolver a situação, sob coordenação da Casa Civil.
 

Um ano após a ida de Lula ao local, no entanto, a população tradicional segue enfrentando sérios problemas, e o garimpo ilegal persiste em atividade na região. O barulho feito pelo chefe do Executivo sobre o tema no começo do mandato, então, se voltou contra o próprio governo.
 

Já o lançamento de um pacote de medidas voltadas à indústria foi classificado como "atabalhoado" por integrantes do governo.
 

Na reunião que antecedeu o lançamento que ocorreria no mesmo dia, Lula reclamou que o projeto não continha pontos concretos e dava margem para as críticas de que se tratava de uma reedição de medidas antigas.
 

Também apontou falhas no documento, como problemas nos prazos para cumprimento das "metas aspiracionais" estabelecidas.
 

Além disso, o pacote de medidas também esquentou novamente a disputa que existe entre Rui e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
 

Ambos mantinham boa relação até o início de 2023, mas, após o início do governo, se desentenderam em diversas ocasiões e passaram a estabelecer uma animosidade com críticas mútuas nos bastidores.
 

Logo após a apresentação do plano, batizado de Nova Indústria Brasil, o chefe da pasta econômica lamentou a falta de detalhamento da proposta.
 

Nenhum comentário
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.