Quarta, 15 de Maio de 2024
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Operação da PF mira agentes da Abin da gestão Bolsonaro por grampo ilegal de adversários

Agentes cumprem 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em SP, Santa Catarina, Paraná, Goiás e DF

20/10/2023 09h25
Por: Redação
Operação da PF mira agentes da Abin da gestão Bolsonaro por grampo ilegal de adversários

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (20), uma operação para investigar servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) suspeitos de monitorar, de forma ilegal, jornalistas, políticos e adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante a Operação Última Milha, que investiga o uso indevido de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, além de medidas cautelares diversas da prisão, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme Bela Megale, no O Globo, os “grampos” ocorreram nos três primeiros anos do governo Bolsonaro, na gestão do ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro. A ferramenta utilizada era a “FirstMile”, comprada por R$ 5,7 milhões sem licitação na gestão de Michel Temer (MDB), permite rastrear pessoas a partir de dados transferidos do celular para torres de telecomunicações. Segundo a coluna, depoimentos e evidências colhidos pela PF demonstram que adversários do ex-presidente, incluindo agentes da Abin, foram monitorados por meio desse sistema sem justificativa oficial.

“De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, informou a Polícia Federal, que apura também a suspeita de que dois servidores da Abin utilizaram as informações obtidas irregularmente como forma de coerção para evitar demissão em processo administrativo disciplinar.

Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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