A festa junina é a segunda festa mais esperada no Brasil, seguida do Carnaval. Um dos principais motivos são as suas comidas típicas saborosas e queridas por todas as faixas etárias. É quase impossível imaginar uma festa junina sem bolo de fubá, pé de moleque, cuscuz, milho cozido ou quentão. No entanto, quais são as origens desses pratos emblemáticos dos festejos?
De acordo com Rebeca Antunes Beraldo, docente do curso de nutrição da Estácio, com a mistura cultural que houve no Brasil, diversas receitas foram criadas ou até incorporadas à cultura brasileira. Entretanto, pelo fato de estarem presentes no dia a dia da população, poucos se sabe como tais receitas foram inventadas.
O doce pé de moleque é uma mistura de amendoim torrado com rapadura que surgiu na região de Minas Gerais no século XVI com a chegada da cana-de-açúcar no País, sendo bastante popular entre os escravos e a população mais pobre. O nome, no entanto, só se deu séculos mais tarde devido ao fato de que meninos roubavam o doce das vendedoras, fazendo com que as mesmas gritassem “Pede, moleque, pede!”.
O bolo de fubá é uma mistura da cultura indígena, africana e portuguesa. Os bolos já eram comuns em Portugal, mas como o acesso ao trigo importado era difícil, passou-se a usar o milho, herança das comunidades indígenas, mais especificamente a farinha de milho ou “fubá”, como os povos africanos originários de Angola chamavam; e assim a receita foi popularizada pelo País.
E de volta à região interiorana de Minas Gerais e de São Paulo, foi criado o quentão, cujo nome já destaca sua principal característica. Como o inverno brasileiro se dá entre os meses de junho e setembro, criou-se a mistura de gengibre, pinga e outras especiarias para que as pessoas pudessem suportar o frio.